Como Moçambique Está Enfrentando os Desafios de Saúde Pública em 2025?
Moçambique continua a enfrentar desafios complexos em saúde pública, mas avanços significativos estão em curso graças a estratégias integradas e parcerias globais. Em 2025, o país combina intervenções tradicionais com inovações tecnológicas e fortalecimento de sistemas comunitários para melhorar o acesso a serviços essenciais. Este artigo explora as iniciativas atuais, dados atualizados e soluções sustentáveis que estão moldando o futuro da saúde no país.
1. Combate a Doenças Infecciosas: Malária e HIV/AIDS
A malária permanece a principal causa de mortalidade infantil e materna, representando 45% dos casos ambulatoriais e 26% das mortes hospitalares. Em áreas rurais, 46,3% das crianças menores de 5 anos são afetadas, comparado a 16,8% nas urbanas. Para reduzir esses números, o governo ampliou:
- Distribuição de redes mosquiteiras tratadas com inseticida (cobertura de 57% dos lares).
- Uso de pulverização intradomiciliar em regiões de alto risco.
- Parcerias com a OMS para testes rápidos e medicamentos antimaláricos.
Já o HIV/AIDS teve uma prevalência de 11,5% em adultos (15-49 anos) em 2011, mas o acesso a antirretrovirais saltou de 240.000 para 416.000 pacientes entre 2011 e 2024.
A estratégia inclui:
- Testagem gratuita em postos de saúde.
- Programas de prevenção focados em mulheres (15,4% das mulheres vivem com HIV).
Dados sobre Doenças Infecciosas (2025)
Doença | Prevalência (%) | População Afetada | Estratégias-Chave |
Malária | 46,3 (rural) | Crianças <5 anos | Redes mosquiteiras, pulverização |
HIV/AIDS | 8,9 | Adultos 15-49 anos | Antirretrovirais, testagem |
Cólera | 260 casos | Província de Nampula | Surtos controlados via vigilância |
2. Desnutrição e Doenças Crônicas
A desnutrição infantil afeta 43,7% das crianças, com deficiência de vitamina A em 2 milhões de casos. Programas de suplementação alimentar e educação nutricional para mães reduziram a taxa de mortalidade infantil para 60 por 1.000 nascidos vivos.
Doenças crônicas, como diabetes (6,6% em homens) e hipertensão, ganharam atenção com:
- Unidades especializadas em Maputo e províncias.
- Subsídio de 80% para medicamentos de doenças crônicas.
Indicadores de Nutrição e Saúde Crônica
Indicador | Dados (2025) | Fonte |
Crianças desnutridas | 43,7% | OMS |
Mortalidade infantil | 60/1.000 nascidos | UNICEF |
Acesso a suplementos | 531.619 crianças | UNICEF |
3. Impacto das Mudanças Climáticas na Saúde
O ciclone Chido (dezembro de 2024) danificou 48 unidades de saúde no norte, agravando surtos de cólera e malária. A resposta incluiu:
- Equipes médicas móveis financiadas pela OMS.
- Reconstrução de infraestrutura com energia solar para garantir refrigeração de vacinas.
Resposta a Desastres Naturais
Província | Estruturas Afetadas | Ações Prioritárias |
Cabo Delgado | 22 unidades | Reabastecimento de medicamentos |
Nampula | 15 unidades | Vigilância de cólera |
4. Saúde Materna e Infantil: Avanços e Desafios
A mortalidade materna caiu de 532 (2000) para 127 por 100.000 nascidos vivos, mas conflitos armados no norte dificultam o acesso a pré-natal. Iniciativas como o projeto MAMAH focam em:
- Treinamento de parteiras comunitárias.
- Coleta de dados locais para políticas assertivas.
Indicadores de Saúde Materna
Indicador | Dados (2025) | Meta 2030 |
Mortalidade materna | 127/100.000 | <70/100.000 |
Partos institucionais | 70,3% | 90% |
5. Energia Renovável e Infraestrutura Sustentável
A falta de energia em 62% das zonas rurais motivou investimentos em sistemas descentralizados de energia renovável (DRE). Resultados incluem:
- US$ 16,5 milhões investidos em energia solar para 1.649 unidades de saúde.
- Refrigeração de vacinas e equipamentos médicos essenciais.
Conclusão
Moçambique está transformando desafios em oportunidades através de parcerias globais, tecnologia e empoderamento comunitário. Apesar de ciclones, conflitos e doenças endêmicas, o país avança rumo à cobertura universal de saúde, com foco em equidade e resiliência climática.