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Por que a Indústria de Frutos do Mar de Moçambique está se Expandindo Rapidamente?

Moçambique consolidou-se como um hub estratégico para frutos do mar, combinando investimentos em sustentabilidade, tecnologia e parcerias globais. Além dos projetos PRODAPE e PROPEIXE, iniciativas como o MAMAP (acesso a mercados internacionais) e a colaboração com países como Noruega e Japão estão impulsionando a cadeia produtiva. Veja os novos dados e análises que ampliam o panorama desta expansão.

1. Investimento em Projetos Governamentais

Além do PRODAPE e PROPEIXE, o MAMAP (Market Access for Mozambican Aquaculture Products) destaca-se como um projeto-chave. Financiado pela agência norueguesa Norad (€2 milhões), o MAMAP treinou 20 inspetores do INIP em protocolos de segurança alimentar (HACCP) e capacitou 30 técnicos do IDEPA em estratégias de marketing global. O projeto também:

  • Desenvolveu um manual de biossegurança para controle de doenças em fazendas aquícolas.
  • Apoiou laboratórios nacionais na realização de 2 ciclos completos de monitoramento aquícola em 2024.

Novos Dados sobre Projetos Internacionais

Projeto Parceiro Contribuição
MAMAP Noruega (Norad) €2 milhões para certificação ISO e acesso a mercados
PROPEIXE FIDA US$63 milhões para 90 mil pescadores artesanais

2. Crescimento da Aquicultura

As projeções indicam que a produção total de peixe em Moçambique atingirá 3.270 toneladas até 2028, com crescimento anual de 0,6%. A província de Nampula emerge como novo polo, com cultivo de 60 toneladas de algas marinhas por trimestre em 2024.

Projeções do Mercado (2023–2028)

Indicador 2023 2028 (Projeção) Crescimento
Produção total de peixe 3.140 t 3.270 t +0,6% ao ano
Consumo interno 24.950 t 29.750 t +2,8% CAGR

A FuLi Moçambique planeja produzir 5.000 toneladas de ração até 2025, reduzindo a dependência de importações.

3. Acesso a Mercados Internacionais

Em 2024, o MAMAP facilitou a participação moçambicana na AFRAQ 2024 (Tunísia), focando em:

  • Infraestrutura de cadeia fria: Melhoria na conservação de camarão e lagosta.
  • Transferência de conhecimento: Parcerias com Japão e UE para técnicas de processamento.

Receita do Setor (2025)

Categoria Receita Prevista (2025) Crescimento Anual (2025–2030)
Peixe e Frutos do Mar US$524,01 milhões 10,21% ao ano

4. Geração de Empregos e Impacto Social

O setor artesanal responde por 90% da produção pesqueira total do país, sustentando mais de 50% das famílias costeiras. O PROPEIXE já mobilizou:

  • US$29,3 milhões do FIDA: Para treinamento em técnicas climáticas inteligentes.
  • US$3 milhões da Noruega: Reabilitação de manguezais em Cabo Delgado.

5. Sustentabilidade e Inovação

Os planos de manejo pesqueiro (2021–2025) incluem:

  • Redução do esforço de pesca industrial: De 4.358 m para 2.600 m de rede até 2024.
  • Zonas exclusivas para lagosta e camarão-de-profundidade: Proteção de habitats em águas abaixo de 200m.

O MAMAP também finalizou uma Estratégia de Gênero para ampliar a participação feminina no processamento de frutos do mar.

6. Desafios e Oportunidades Futuras

Obstáculos críticos:

  • Lacuna de financiamento: US$20 milhões necessários para cobrir custos do PROPEIXE.
  • Infraestrutura portuária limitada: Apenas 30% dos portos têm sistemas de refrigeração adequados.

Oportunidades:

  • Parceria com a UE: Programa Promove Comércio para certificação ISO 22000 em 20 empresas até 2026.
  • Maricultura piloto: Cultivo experimental de mexilhões e ostras em Pemba (início previsto para 2025).

Conclusão

A combinação de gestão sustentável, inovação tecnológica e cooperação internacional posiciona Moçambique como um ator global em frutos do mar. Com projetos como MAMAP e PROPEIXE, o país avança não apenas em produção, mas também em equidade social e resiliência climática.