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7 Fatos Importantes que Você Precisa Saber Sobre o Crescimento da Energia Solar no Brasil

A energia solar está revolucionando a matriz energética brasileira, posicionando o país como um dos líderes globais em energias renováveis. Com abundância de radiação solar e políticas favoráveis, o setor vive um crescimento acelerado. Abaixo, exploramos os 7 pilares desse avanço, ampliados com dados atualizados e insights estratégicos.

1. Capacidade Instalada Atual e Crescimento Recente

O Brasil atingiu 55 GW de capacidade solar instalada em 2025, segundo a ABSolar. Desse total:

Tipo de Geração Capacidade (GW)
Geração Distribuída 37,4
Grandes Usinas 17,6

Essa expansão representa um aumento de 25 vezes desde 2018, com 13 GW adicionados apenas em 2023. O país ocupa o 6º lugar no ranking global de energia solar, ultrapassando a capacidade da Usina Hidrelétrica de Itaipu (14 GW).

Destaques Regionais:

  • Nordeste: Lidera em grandes usinas, com Bahia e Piauí abrigando projetos como Nova Olinda (292 MW) e Ituverava (254 MW).
  • Sudeste: São Paulo domina a geração distribuída, com 4 GW instalados em telhados residenciais e comerciais.

2. Projeções Futuras e Metas

O mercado solar brasileiro deve crescer a uma taxa anual de 21,38% até 2032, segundo a IMARC Group. Projeções incluem:

Ano Capacidade Projetada (GW) Participação na Matriz Elétrica
2025 75,6 12,3% da demanda nacional
2031 97,46 47% (combinado com eólica)

O país pretende atrair US$ 40 bilhões em investimentos até 2031, impulsionado por:

  • Leilões de energia: Contratos de 15 anos para usinas, como o projeto Jaiba III (152 MW) financiado pelo BNB.
  • Incentivos fiscais: Redução de impostos para equipamentos e isenção de ICMS em 25 estados.

3. Impacto na Matriz Energética Brasileira

A energia solar já é a segunda maior fonte da matriz elétrica, responsável por 23,7% da capacidade instalada. Comparação com outras fontes:

Fonte Energética Participação (2025)
Hidrelétrica 60%
Solar 23,7%
Eólica 17,4%

Em 2023, as renováveis representaram 89,2% da eletricidade gerada, com a solar contribuindo 50,6 TWh.

Inovação Tecnológica:

  • Módulos bifaciais: Usados em 97,22% dos projetos brasileiros, aumentam a eficiência em até 25%.
  • Armazenamento: Sistemas de baterias (BESS) começam a ser integrados, reduzindo a dependência de térmicas em horários de pico.

4. Investimentos e Oportunidades de Mercado

O setor atraiu R$ 144,6 bilhões (US$ 28,8 bi) desde 2012, com destaque para:

  • Parcerias industriais: ArcelorMittal investiu em usinas de 465 MW na Bahia e Minas Gerais.
  • Financiamento verde: Banco do Nordeste liberou R$ 343 milhões para o projeto Jaiba III, vinculado ao IPCA.

Modelos de Negócio Emergentes:

  • PPAs corporativos: Empresas como Usiminas fecham contratos de compra de energia solar por até 15 anos.
  • Cooperativas de energia: Permitem que consumidores de baixa renda compartilhem créditos em condomínios solares.

5. Principais Usinas e Projetos Solares

Usina Capacidade (MW) Localização Destaque
Nova Olinda 292 Piauí Maior usina do Nordeste
Ituverava 254 Bahia Evita 150 mil t/ano de CO₂
Vista Alegre 902 Minas Gerais Atende 500 mil residências

Projetos em Destaque:

  • Jaiba III (MG): Em construção, emprega 900 pessoas e usará módulos BiHiKu da Canadian Solar.
  • Complexo Solar Amazonas: Planejado para 2026, levará energia a comunidades isoladas da Amazônia, substituindo geradores a diesel.

6. Desafios para a Expansão Contínua

Apesar do crescimento, o setor enfrenta obstáculos:

  • Regulatórios: Falta de compensação por curtailment (corte de geração) e burocracia para conexão de microgeração.
  • Técnicos: Limitações na rede de transmissão do Nordeste, que já opera próximo da capacidade máxima.
  • Sociais: Concentração de projetos no Sudeste e Sul, com apenas 12% da capacidade instalada no Norte.

Soluções em Andamento:

  • Lei 14.300/2022: Garante segurança jurídica para geração distribuída até 2045.
  • Programa Luz para Todos: Inclui solar fotovoltaica em comunidades rurais desde 2024.

7. Benefícios Econômicos e Ambientais

  • Geração de empregos: 860 mil postos criados desde 2012, com projeção de 3,5 milhões até 2030.
  • Redução de custos: Preços da energia solar caíram 36% entre 2019-2023, com retorno do investimento em 4-7 anos.
  • Sustentabilidade: Evitou 28 milhões de toneladas de CO₂ desde 2012, equivalente a plantar 200 milhões de árvores.

Impacto Social:

  • Qualificação profissional: Cursos do SENAI em energia solar tiveram aumento de 65% nas matrículas em 2023.
  • Inclusão energética: 82% dos sistemas de geração distribuída pertencem a residências de classe média e baixa.

Conclusão

O Brasil está no caminho para se tornar uma potência global em energia solar, combinando recursos naturais, inovação e investimentos estratégicos. Com políticas claras e superação de desafios técnicos, o país pode liderar a transição para uma economia de baixo carbono, garantindo energia acessível e sustentável para todas as regiões.