9 Principais Esforços de Conservação para Proteger os Peixes da Guiné Equatorial
A Guiné Equatorial, país localizado na costa ocidental da África, abriga ecossistemas marinhos e de água doce ricos em biodiversidade. No entanto, a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas ameaçam suas espécies aquáticas. Para combater esses desafios, iniciativas locais e internacionais vêm sendo implementadas para garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros e proteger a vida marinha.
Este artigo explora nove esforços-chave de conservação que estão ajudando a preservar os peixes e ecossistemas aquáticos do país, com dados atualizados e estratégias inovadoras.
1. Expansão de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs)
Além das AMPs existentes, como o Estuário do Rio Muni e Annobón, um novo parque nacional está em desenvolvimento: o Parque Nacional de la Paz, fruto de uma parceria com a Rainforest Trust. Com 100.000 hectares, ele aumentará a cobertura de áreas protegidas terrestres de 19% para 23% e incluirá zonas costeiras críticas para espécies como tartarugas e tubarões.
Novas Áreas Protegidas em Destaque
Nome da Área | Localização | Espécies Protegidas | Parcerias |
Parque Nacional de la Paz | Região Continental | Elefantes, primatas, peixes estuarinos | Rainforest Trust, CIBIO |
Corisco Bay | Golfo da Guiné | Manguezais, tartarugas-verdes | WWF, Governo do Gabão (transfronteiriço) |
2. Projeto PASPA: Impulsionando a Aquicultura
O Projeto para o Desenvolvimento de Cadeias de Valor no Setor de Pesca e Aquicultura (PASPA), financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, já mostra resultados:
- Aumento de 320% na produção anual de pesca e aquicultura desde 2019.
- Previsão de produção de 16 toneladas métricas em aquicultura até 2028, com investimentos em tecnologia.
Impacto Social:
- 1.200 empregos diretos criados em Ebibeyin, Mongomo e Micomiseng.
- Mulheres como Honorine Badifouma (comerciante em Ekuku-Bata) relatam aumento de 40% na renda após modernização de infraestruturas.
3. Combate à Pesca Ilegal com Tecnologia
A Wildlife Conservation Society (WCS) introduziu sistemas de monitoramento via satélite em 2023, reduzindo a pesca ilegal em 35% nas zonas costeiras. Dados do navio de pesquisa Dr. Fridtjof Nansen revelaram que:
- 78% dos estoques de peixes pelágicos estão sob pressão excessiva.
- Aplicativos móveis agora permitem que pescadores artesanais reportem atividades suspeitas em tempo real.
4. Pesquisa Científica e Novas Descobertas
Expedições recentes documentaram 56 espécies de peixes de água doce, incluindo três novas para a ciência na região do Rio Muni. O uso de mapeamento de impacto cumulativo identificou zonas prioritárias:
- Corisco Bay e Benito River Mouth são hotspots de biodiversidade, mas também áreas críticas de poluição por resíduos industriais.
Espécies Endêmicas Identificadas
Espécie | Habitat | Status de Conservação |
Chromidotilapia guineensis | Rios continentais | Vulnerável |
Synodontis annobonensis | Ilha de Annobón | Em perigo |
5. Economia Azul e Sustentabilidade
No âmbito da Revisão Nacional Voluntária 2024, o governo priorizou a “Economia Azul” com metas claras:
- US$ 187,86 milhões em receitas do mercado de pescado até 2025, com crescimento anual de 8,78%.
- 11,61% de aumento no consumo de peixe fresco, impulsionado por demanda por produtos locais e sustentáveis.
6. Ecoturismo e Engajamento Comunitário
O Programa de Tartarugas Marinhas de Bioko é um modelo de sucesso:
- 85% dos ninhos de tartarugas-oliva estão agora protegidos por ecoguias locais.
- Comunidades como Ureca geram US$ 120.000/ano com tours ecológicos, reduzindo a dependência da pesca tradicional.
7. Inovações contra a Poluição
Projetos de energia solar estão transformando a gestão de resíduos:
- 51 poços solares instalados em 2024 garantem água potável, reduzindo o despejo de resíduos em rios.
- Unidades de tratamento processam 2,3 toneladas/dia de resíduos plásticos no Estuário do Muni.
8. Educação Ambiental
A WCS treinou 450 professores em 2023 para incluir conservação marinha no currículo escolar. Jovens participam de programas como:
- “Guardiões do Oceano”: 120 adolescentes monitoram praias em Malabo.
- Competições de arte que atingiram 15.000 estudantes em 2024.
9. Políticas Internacionais Alinhadas
A Guiné Equatorial aderiu à Década da Ciência Oceânica da ONU (2021–2030), comprometendo-se a:
- Proteger 30% das zonas marinhas até 2030.
- Implementar padrões de pesca compatíveis com a FAO, reduzindo capturas acidentais em 25%.
Conclusão
Os esforços de conservação na Guiné Equatorial combinam tecnologia, parcerias globais e empoderamento local. Dados recentes mostram progresso: aumento de 40% na renda de pescadores artesanais, descoberta de espécies endêmicas e expansão de áreas protegidas. No entanto, desafios persistem, como a pressão industrial no Golfo da Guiné. Ações contínuas, como o PASPA e o Parque Nacional de la Paz, são vitais para equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade.