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7 Fatos Sobre os Projetos Sustentáveis de Hidrelétricas no Brasil

O Brasil é um dos líderes globais em geração de energia limpa, com as hidrelétricas representando a espinha dorsal de sua matriz energética. Combinando tecnologia avançada, potencial geográfico único e políticas de sustentabilidade, o país transformou seus rios em fontes de energia renovável que abastecem milhões de residências e indústrias.

Neste artigo, exploramos sete fatos essenciais sobre como o Brasil equilibra produção energética, desenvolvimento econômico e preservação ambiental em seus projetos hidrelétricos.

1. Capacidade Instalada: Terceiro Lugar Global, Mas com Crescimento em Solar e Eólica

Embora o Brasil permaneça o 3º maior produtor mundial de energia hidrelétrica (110 GW), em 2024, 91% dos 11 GW de nova capacidade adicionada vieram de solar e eólica. Projeções indicam que, até 2030, a participação das hidrelétricas na matriz cairá para 22%, enquanto solar e eólica atingirão 35% combinados.

Expansão de Energias Renováveis (2024)

Fonte Capacidade Adicionada (GW) Estados Líderes
Solar 5,63 Minas Gerais, Bahia
Eólica 4,26 Rio Grande do Norte
Pequenas Hidro 0,05 Paraná, Santa Catarina

2. Modernização: Tecnologia para Turbinas Mais Eficientes

Além da Usina de São Simão, projetos emblemáticos incluem:

  • Itaipu Binacional: Em 2024, iniciou um upgrade de 14 anos com a GE Renewable Energy para aumentar eficiência e integrar sistemas digitais.
  • Rincón de Baygorria (Uruguai): Modernização pela ANDRITZ elevará capacidade de 108 MW para 120 MW, substituindo turbinas Kaplan.
  • Mascarenhas (ES): Usina de 50 anos certificada com Padrão Ouro HSS após investimentos em gestão ambiental e engajamento comunitário.

Impacto Econômico: Modernizações podem gerar até 20% mais energia em usinas antigas, economizando US$ 2 bilhões/ano em custos de termelétricas.

3. Amazônia e Cerrado: Entre Secas e Subdesempenho

As megausinas amazônicas enfrentam críticas:

  • Belo Monte, Santo Antônio e Jirau: Operam 15-30% abaixo da capacidade contratada devido a secas recordes.
  • Impacto do Desmatamento: Reduz a geração em 2,5-10% em usinas como Teles Pires, causando perdas de US$ 21 milhões/ano.
  • Índice de Saturação (DSI): Bacias como Tocantins-Araguaia já têm 80% de saturação, limitando novas construções.

Solução Proposta: Integração com bombas solares para armazenar água em reservatórios durante períodos úmidos, compensando secas.

4. Itaipu: Gigante Sustentável com Upgrade Global

Além de gerar 2,5 bilhões de MWh desde 1984, Itaipu:

  • Evita 1,7 bilhão de toneladas de CO₂ anualmente.
  • Mantém 100 mil hectares de florestas que sequestram 5,3 MtCO₂/ano.
  • Novo Projeto: Substituição de turbinas e sistemas de controle até 2036, garantindo eficiência para mais 50 anos.

5. Novos Projetos: Híbridos e Gás como Backup

Para reduzir riscos climáticos:

  • Portocem (PA): Usina térmica a gás de 1,6 GW (Mitsubishi) entrará em operação em 2026 para estabilizar a rede durante secas.
  • Complexo Híbrido São Simão: Integra solar flutuante (150 MW) com hidrelétricas, aumentando eficiência em 18%.
  • PCHs: 1.797 MW instalados, com custo 40% menor que megausinas.

6. Mudanças Climáticas: Secas Custam 0,7% do PIB

A crise hídrica de 2021:

  • Reduziu reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste para 15% da capacidade.
  • Aumentou uso de termelétricas, elevando tarifas em 27%.
  • Previsão 2050: Capacidade hidrelétrica pode cair 20% sem adaptação.

Estratégia: Meta de adicionar 217 GW de renováveis até 2030, com solar liderando (70% dos novos projetos).

7. Certificações e Padrões Globais

Projetos brasileiros estão adotando o Hydropower Sustainability Standard (HSS):

  • Jirau (RO): Primeira usina da América Latina com certificação Ouro HSS em 2023, após investir US$ 120 milhões em programas socioambientais.
  • Mascarenhas (ES): Recuperou 200 hectares de Mata Atlântica e regularizou títulos de terra para comunidades ribeirinhas.

Critérios HSS: Avaliação de 12 tópicos ESG, incluindo biodiversidade aquática e direitos indígenas.

Conclusão

As hidrelétricas brasileiras são um pilar da transição energética global, mas exigem equilíbrio entre expansão e preservação. Com modernização, integração de tecnologias renováveis e políticas rigorosas, o país pode continuar liderando em energia limpa sem sacrificar seus ecossistemas.