6 Maneiras de Explorar a História da Pesca da Guiné Equatorial
A Guiné Equatorial possui uma rica história pesqueira que remonta a décadas, com práticas tradicionais e modernas que moldaram a economia e a cultura do país. Apesar de ser um país pequeno, sua zona econômica exclusiva (ZEE) produziu aproximadamente 2,7 milhões de toneladas de pescado entre 1950 e 2010, demonstrando a importância deste recurso natural.
1. Compreendendo as Práticas Tradicionais de Pesca
A pesca artesanal na Guiné Equatorial tem sido fundamental para a subsistência das comunidades costeiras. Em 2018, foram registradas 400 embarcações de pesca com motor e 700 sem motor. Esta prática tradicional contribuiu significativamente para a segurança alimentar do país.
As comunidades de pescadores utilizam canoas chamadas “cayucos”, que variam de 2 a 11 metros, com ou sem motor. Os pescadores empregam diversos equipamentos, incluindo redes de emalhar, anzóis, linhas, armadilhas e outros métodos especializados para capturar peixes em estuários e águas costeiras.
Evolução da pesca artesanal:
- 1950: Aproximadamente 5.300 toneladas capturadas.
- 1970: Aumento para cerca de 7.400 toneladas.
- 1980: Redução para 3.200 toneladas (período de restrições).
- 2010: Recuperação para 7.700 toneladas.
2. Explorando o Impacto dos Eventos Históricos na Pesca
Um dos períodos mais marcantes na história da pesca equatoguineana foi durante o regime do presidente Macias, quando a pesca foi proibida e toda a infraestrutura pesqueira foi destruída. Esta medida drástica visava impedir que a população escapasse por mar.
Durante esse período, as canoas foram destruídas e as pessoas foram proibidas de se aproximar da costa, especialmente na ilha de Fernando Pó (atual Bioko). Postos militares chamados “barreras” extorquiam qualquer pescado capturado, contribuindo para uma diminuição massiva da pesca artesanal entre 1969 e 1979.
Consequências do regime Macias:
- Falência da ilha de Fernando Pó.
- Êxodo de pescadores migrantes da Nigéria, Gabão e Camarões.
- Deslocamento de pessoas para a costa continental (Rio Muni).
- Sobrepesca e esgotamento de recursos em algumas áreas marinhas e de água salobra.
3. Visitando Locais e Comunidades Pesqueiras Importantes
Para explorar a história da pesca na Guiné Equatorial, é essencial visitar as principais comunidades pesqueiras. A ilha de Bioko e a região continental de Rio Muni oferecem experiências distintas.
O Rio Benito, o maior sistema fluvial do país localizado no Rio Muni, é um importante local para a pesca de água doce. Nas comunidades costeiras, os visitantes podem observar os métodos tradicionais de pesca e as embarcações locais.
Os restaurantes destas áreas orgulham-se do seu peixe fresco capturado localmente, frequentemente servido grelhado no carvão, proporcionando uma experiência gastronômica autêntica da cultura local.
4. A Transição da Pesca de Subsistência para a Pesca Comercial
Historicamente, a pesca na Guiné Equatorial era principalmente para subsistência. A caça, que inicialmente predominava como fonte de alimento de subsistência, foi substituída pela pesca, também realizada em nível de subsistência, dada a natureza subdesenvolvida da economia.
Atualmente, o fornecimento de proteína animal é garantido pela carne de caça e pelo peixe, ambos essenciais na dieta equatoguineana. O peixe desempenha um papel importante como alternativa acessível para as comunidades pobres que não podem comprar outros tipos de proteína animal.
Mudança nas capturas de subsistência:
- 1950: 5.300 toneladas.
- 1970: 7.800 toneladas.
- 1980: Redução para 3.500 toneladas.
- 2010: Declínio contínuo para 1.300 toneladas, indicando uma tendência para pesca voltada ao mercado.
5. Entendendo a Influência dos Acordos de Pesca Estrangeiros
Os acordos de pesca com países estrangeiros tiveram um impacto significativo na indústria pesqueira da Guiné Equatorial. As capturas industriais aumentaram drasticamente com o primeiro acordo com a Espanha, depois com a UE, atingindo 88.000 toneladas em 1990.
O perfil das frotas estrangeiras mudou significativamente ao longo do tempo:
- Anos 1950-1960: Navios exclusivamente espanhóis.
- 1973-1978: Frota soviética com direitos exclusivos de pesca.
- 1979: Navios franceses após a saída da frota soviética.
- 1980: Retorno dos navios espanhóis.
- Anos 1980-1990: Predominância de navios europeus.
- Após 2001: Emergência da China e estados africanos (Camarões, Nigéria e São Tomé e Príncipe) como as maiores frotas pesqueiras na Guiné Equatorial.
6. A Importância Cultural e Econômica da Pesca
A pesca não é apenas uma atividade econômica na Guiné Equatorial, mas também um elemento cultural importante. O peixe é mais comumente utilizado em pratos modernos, com muitos restaurantes se orgulhando de seu peixe recém-capturado.
A produção de aquicultura na Guiné Equatorial tem permanecido estável ao longo da última década, mantendo um valor de 15 toneladas métricas de 2013 a 2023. A partir de 2024, espera-se um leve aumento, com a produção prevista subindo para 16 toneladas métricas, mantendo-se estável até 2028.
Tendências futuras a observar:
- Possíveis avanços na tecnologia de aquicultura que poderiam aumentar a eficiência da produção.
- Políticas governamentais e investimentos destinados a impulsionar a indústria da piscicultura.
- Possíveis impactos das mudanças climáticas na aquicultura e na sustentabilidade dos estoques de peixes.
A pesca na Guiné Equatorial tem uma importância maior para a segurança alimentar do país do que frequentemente reconhecido, com o setor de pequena escala representando 90% das capturas domésticas entre 1950 e 2010.
Para quem deseja explorar a rica história pesqueira da Guiné Equatorial, estas seis abordagens oferecem uma visão abrangente das tradições, desafios e evolução desta importante atividade no país.
Conclusão Ampliada
A história pesqueira do país não é estática: projetos como o PASPA e cooperações científicas estão reescrevendo seu futuro. Com um mercado de pescado projetado para crescer 11,61% ao ano, cada visita contribui para um ciclo virtuoso de preservação e desenvolvimento.