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9 Maneiras de Apoiar a Pesca Sustentável na Guiné Equatorial

A Guiné Equatorial, com sua vasta zona econômica exclusiva de 314.000 km² e recursos pesqueiros estimados em 74.000 toneladas anuais, tem um potencial enorme para se tornar um modelo de pesca sustentável na África Central.

No entanto, desafios como a pesca ilegal, a falta de infraestrutura e a dependência de importações de peixe exigem ações urgentes. Este artigo explora 9 estratégias práticas para proteger os ecossistemas marinhos do país enquanto se impulsiona o desenvolvimento econômico.

1. Fortalecer a Cooperação com Organizações Internacionais

O projeto de US$ 4 milhões com a FAO (2014-2018) identificou 12 novas espécies comercialmente viáveis usando o navio Dr. Fridtjof Nansen, incluindo o pargo-de-fundura (Lutjanus dentatus). Em 2024, o PASPA, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento com €69,9 milhões, está construindo:

  • 3 centros de processamento em Bata e Malabo.
  • 15 unidades de frio solar para comunidades costeiras.

Impacto Recente (2024):

Indicador Dado
Empregos gerados 2.300 (meta: 15.000 até 2025)
Investimento em pesquisa €8,2 milhões para monitoramento de tubarões

2. Combater a Pesca Ilegal com Tecnologia de Ponta

Em 2023, um operativo conjunto com a Global Fishing Watch identificou 17 embarcações chinesas usando redes de arrasto em áreas proibidas próximas a Bioko. Soluções em teste:

  • Sistema SATCAM: Câmeras em barcos industriais transmitem dados em tempo real para o Ministério das Pescas.
  • Multas aumentadas: Até €500.000 por pesca ilegal, com 23 casos aplicados em 2024.

3. Revolucionar a Aquicultura com Espécies Locais

Além da tilápia, o Instituto Nacional de Aquicultura está cultivando:

  • Bagre-africano (Clarias gariepinus): 87% de taxa de sobrevivência em tanques redes.
  • Ostras de mangue: Projeto piloto em Rio Campo produz 2 toneladas/mês.

Previsões de Mercado (2025-2030):

Parâmetro Projeção
Crescimento anual 11,6% (receita bruta)
Demanda por peixe fresco 134.000 toneladas até 2030

4. Transformar a Pesca Artesanal com Infraestrutura

O complexo Ekuku-Bata, reformado em 2024, inclui:

  • 4 câmaras frigoríficas (-25°C) com capacidade para 300 toneladas.
  • Mercado feminino: 1.200 mulheres capacitadas em técnicas de filetagem a vácuo.

Resultados em Ndote (2024):

  • Aumento de 40% na renda dos pescadores.
  • Redução de 65% nas perdas pós-captura.

5. Expandir Áreas Protegidas com Base Científica

Apesar de apenas 0,3% das águas territoriais serem protegidas (2024), novos estudos da WCS propõem:

  • Santuario de Annobón: 1.200 km² para proteger cardumes de atum-rabilho.
  • Corredor de Bioko-Rio Muni: Conecta 17 zonas de desova de tartarugas.

6. Reduzir Importações com Políticas Públicas

O programa “Peixe Nacional” (2024) oferece:

  • Subsídios de 30% na compra de barcos para pescadores locais.
  • Parcerias com supermercados para priorizar espécies como cavala africana (Scomber colias).

7. Empoderar Mulheres com Tecnologia e Crédito

O Fundo Mulheres do Mar (2025) já beneficiou:

  • 850 empreendedoras com microcréditos de até €5.000.
  • 120 cooperativas usando aplicativo PescAPP para gerenciar vendas.

8. Integrar Inteligência Artificial na Gestão Pesqueira

Pilotos em curso:

  • Algoritmo Nzama: Prevê rotas migratórias de cardumes com 89% de precisão.
  • Blockchain para rastreabilidade: 78% dos peixes exportados para a UE agora têm QR code de origem.

9. Educação Ambiental com Enfoque Geracional

O Programa Jovens Guardiões do Oceano (2024) já capacitou:

  • 5.400 estudantes em 23 escolas costeiras.
  • 18 “vilas modelo” onde jovens monitoram estoques usando kits de DNA ambiental.

Conclusão Ampliada

Com o PASPA prevendo aumentar a produção pesqueira em 320% até 2027, a Guiné Equatorial está adotando um modelo único: “Crescimento Azul Inclusivo”, onde cada euro investido gera €3,2 em benefícios sociais. O desafio atual é escalar as 42 iniciativas piloto bem-sucedidas para cobrir 100% do litoral até 2030.