Indústriaviagem

Como a Indústria do Turismo do Brasil Está se Recuperando Pós-Pandemia?

A indústria do turismo brasileiro vive um momento de revitalização impressionante após os desafios trazidos pela pandemia de COVID-19. Com estratégias inovadoras, investimentos em infraestrutura e uma crescente demanda por experiências autênticas, o país não apenas recuperou grande parte do movimento pré-crise, como também está traçando um caminho para se tornar um dos destinos mais competitivos da América Latina. Vamos explorar os números, iniciativas e tendências que estão moldando essa recuperação.

1. O Cenário Atual: Crescimento Recorde e Impacto Econômico

Destaques de 2024-2025

  • Receita turística: US$ 7,3 bilhões em 2024, o maior valor em 15 anos, superando até mesmo os números da Copa do Mundo de 2014.
  • Visitas internacionais: 6,65 milhões de turistas em 2024, com um salto para 1,48 milhão apenas em janeiro de 2025 – aumento de 55% em relação a 2023.
  • Previsões para 2025:
    • Mercado de viagens deve gerar US$ 17,72 bilhões em receita.
    • Meta até 2027: 8,1 milhões de turistas estrangeiros e US$ 8,1 bilhões em receita.

Comparativo Regional

País Turistas Internacionais (2024) Receita (US$ bi)
Brasil 6,65 milhões 7,3
Argentina 7,1 milhões* 5,2
Chile 5 milhões 4,1

2. Estratégias Estruturais: Do Nordeste à Europa

Programa de Aceleração do Turismo Internacional (2025)

  • Investimento: US$ 10,6 milhões para gerar 500 mil novos assentos em voos internacionais, especialmente para o Nordeste.
  • Foco em conectividade: 4,5 milhões de assatos aéreos disponíveis entre janeiro e março de 2025, com destaque para voos da Argentina (+106 mil assentos) e Chile (+83 mil).

Campanhas Globais

  • “There’s No Place Like Brazil”: Lançada na FITUR 2025 (Madri), com foco em destinos como Lençóis Maranhenses, Pantanal e Rio de Janeiro. Participação de 37 expositores e parcerias com mercados europeus.
  • Tax Free para estrangeiros: Reembolso de impostos sobre compras, aprovado em janeiro de 2025 para impulsionar gastos turísticos.

3. Mercados Emissores e Perfil do Turista

Top Países de Origem (2024)

  1. Argentina: 870.318 visitantes (+95% vs. 2023)
  2. EUA: 240.151 (+22%)
  3. Chile: 219.787 (+18%)

Motivações Principais:

  • Praias (54,2%)
  • Cultura e história (37,6%)
  • Ecoturismo (32,9%)

Rotas Prioritárias

  • Rio de Janeiro: 991 mil passageiros internacionais previstos para o verão 2025, com 68 voos semanais extras da América do Sul.
  • Porto de Entrada: 54% dos turistas chegam por via terrestre, principalmente no Rio Grande do Sul (518 mil visitantes em janeiro).

4. Sustentabilidade e Tecnologia

Iniciativas Verdes

  • Certificação de hotéis: 120 unidades eco-friendly na Amazônia e Pantanal até 2025.
  • COP30 (Belém, 2025): Evento global que deve atrair 50 mil participantes e gerar US$ 120 milhões.

Estratégias Digitais

  • Marketing baseado em dados: Embratur usa análise de comportamento para segmentar públicos-alvo, como viajantes de negócios (25% dos visitantes em 2024).
  • Plataformas online: Previsão de gerar US$ 11,4 bilhões em receita turística adicional até 2025 através de ferramentas digitais.

5. Desafios e Soluções Estratégicas

Barreiras a Superar

  • Segurança: Taxa de homicídios de 20/100 mil habitantes e alertas de governos estrangeiros.
  • Infraestrutura: 45% das estradas turísticas em áreas remotas precisam de melhorias.
  • Custos: Preço médio diário para turistas é 30% maior que no México.

Oportunidades em Destaque

  • Turismo de luxo: Expansão de resorts na Costa Verde (RJ) e Fernando de Noronha.
  • Nicho de aventura: Crescimento de 18% em atividades como trekking na Serra da Canastra (MG).

6. Impacto Econômico e Social

  • Empregos: 203 mil novos postos previstos até 2025 graças a investimentos em digital e infraestrutura.
  • Receita por destino:
    • Rio de Janeiro: US$ 1,2 bi (2024)
    • Nordeste: US$ 2,8 bi (+30% vs. 2023).

Conclusão

Com uma combinação de políticas assertivas, diversificação de mercados e foco em sustentabilidade, o Brasil não apenas recuperou seu setor turístico, mas está redefinindo seu papel no cenário global. A meta de 8,1 milhões de visitantes até 2027 parece tangível – desde que desafios históricos, como segurança e infraestrutura, continuem sendo prioridade.