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A Ascensão da Arquitetura Sustentável em Angola e Moçambique

A arquitetura sustentável em Angola e Moçambique está ganhando impulso com investimentos internacionais, inovações locais e políticas de resiliência climática. Enquanto os dois países enfrentam desafios como urbanização acelerada e vulnerabilidades ambientais, iniciativas recentes mostram como a colaboração global e o uso de tecnologias verdes estão moldando um futuro mais equilibrado.

Novos Projetos e Financiamento Internacional

Angola: Parcerias para Biodiversidade e Energia Verde

Em 2025, a União Europeia (UE) investirá €100 milhões em três projetos-chave:

  1. Proteção de Parques Nacionais no Corredor do Lobito (€25 milhões): Foco em ecoturismo e conservação de espécies como o Palanca Negra Gigante.
  2. Economia Azul: Proteção da biodiversidade marinha e desenvolvimento sustentável da zona costeira.
  3. Economia Circular: Gestão de resíduos sólidos e criação de empregos verdes.

Além disso, Angola avança em energia limpa:

  • Projeto de Hidrogênio Verde: Parceria entre Sonangol, CWP e outras empresas para produzir 400 mil toneladas/ano até 2025.
  • Usina Solar de Quilemba: Início das operações previsto para 2025, reforçando a matriz renovável do país.

Tabela 1: Investimentos em Energia Sustentável (2025)

Projeto Localização Capacidade Impacto Esperado
Hidrogênio Verde Angola 600 MW Redução de emissões em 30%
Solar Fotovoltaico Moçambique 30 MWac Energia para 20.000 casas
Parques Eólicos Maputo Em licitação Diversificação da matriz

Tecnologias Emergentes na Construção Sustentável

Inovações Globais Aplicadas Localmente

  • Concreto Autocicatrizante: Reduz custos de manutenção em infraestruturas costeiras.
  • Madeira Engenharia: Usada em projetos como o Centro Comunitário de Manica, substituindo aço e reduzindo emissões.
  • Telhados Verdes Inteligentes: Integrados a sensores IoT para otimizar irrigação e eficiência energética.

Gestão de Resíduos e Economia Circular

Moçambique destaca-se com o projeto Casas Melhoradas, que reaproveita 85% dos resíduos de construção. Já Angola planeja reciclar 50% dos plásticos urbanos até 2026 através do projeto financiado pela UE.

Desafios e Soluções Locais

Barreiras Identificadas

  • Falta de Dados: Estudos em Luanda e Maputo revelam que apenas 25% dos assentamentos informais têm mapeamento detalhado.
  • Capacitação Técnica: 70% dos profissionais da construção civil em Moçambique não receberam treinamento em práticas sustentáveis.

Estratégias de Enfrentamento

  • Plataformas de Dados Colaborativos: Projetos como o Co-producing Urban Knowledge envolvem comunidades na coleta de dados para políticas públicas.
  • Incentivos Fiscais: Redução de 15% no IRPJ para empresas que adotam certificações verdes em Angola.

Casos de Estudo em Moçambique

Energia Renovável e Inclusão Social

  • Programa BRILHO: Conectou 25% das novas habitações a sistemas solares off-grid até 2022, com meta de 40% até 2030.
  • Escola Primária Iphiko Ithuba: Uso de energia solar e captação de água da chuva reduziu custos operacionais em 40%.

Infraestruturas Resilientes

  • Sistema de Drenagem de Maputo: Projetado para resistir a inundações severas, usando técnicas baseadas em ecossistemas (nature-based solutions).

Tendências para 2025-2030

  1. Modularidade: Pré-fabricação de componentes em fábricas reduz desperdício em 30% e acelera construções.
  2. IA no Design Bioclimático: Softwares como ERP otimizam uso de materiais e orientação solar.
  3. Materiais Locais: Adobe, bambu e terra comprimida representarão 60% das construções rurais.

Conclusão

Angola e Moçambique estão transformando desafios em oportunidades através de parcerias estratégicas, tecnologias acessíveis e valorização de saberes tradicionais. Com projetos como o hidrogênio verde e as Casas Melhoradas, a região não apenas avança na sustentabilidade, mas também se posiciona como modelo para a África Subsaariana.