5 Principais Tendências na Indústria de Minerais de Terras Raras na África

A África está se destacando como um ator importante no mercado global de minerais de terras raras, graças ao seu vasto potencial mineral e às crescentes demandas mundiais por esses recursos críticos. Em 2025, a indústria africana de minerais de terras raras está no limiar de um grande salto, com novos projetos minerários em Malawi, África do Sul e outros países iniciando suas operações.

Essa expansão não apenas aumentará a participação da África no mercado global, mas também contribuirá para a diversificação das fontes de suprimento, reduzindo a dependência da China, que atualmente domina o mercado com cerca de 70% da produção mundial.

Neste artigo, vamos explorar as cinco principais tendências que estão moldando a indústria de minerais de terras raras na África, desde o aumento da produção até a valorização dos minerais no continente.

1. Aumento da Produção e Participação Global

A África está se preparando para aumentar significativamente sua participação no mercado global de minerais de terras raras. Atualmente, o continente detém cerca de 30% das reservas mundiais, mas sua contribuição para a produção global ainda é relativamente baixa. No entanto, com a entrada em operação de novos projetos minerários, a África deverá produzir cerca de 10% da oferta mundial até 2030, subindo de menos de 1% em 2020.

Esses projetos não apenas aumentarão a produção, mas também ajudarão a diversificar as fontes de suprimento, reduzindo a dependência da China. A demanda global por minerais de terras raras está projetada para quadruplicar até 2030, impulsionada pela transição energética e pelo aumento da produção de tecnologias avançadas.

2. Investimentos e Parcerias Estratégicas

A indústria de minerais de terras raras na África está atraindo investimentos significativos de empresas ocidentais e de outros países. Empresas como Mkango Resources, Pensana PLC e Rainbow Rare Earths estão à frente dos principais projetos minerários no continente. Além disso, investidores como Jeff Bezos e Bill Gates estão injetando capital em startups de mineração para acelerar o desenvolvimento de projetos de terras raras na África.

Esses investimentos não apenas impulsionam a produção, mas também ajudam a desenvolver infraestrutura e criar empregos no continente. A parceria entre a Novare e a ReElement Technologies para desenvolver uma fábrica de refino e fabricação de baterias na África do Sul é um exemplo notável, com um investimento de R1,8 bilhões.

3. Desenvolvimento de Capacidade de Refinamento e Valorização

Um dos principais desafios enfrentados pela África é a falta de capacidade de refinamento e processamento dos minerais. Atualmente, a maioria dos minerais é exportada em estado bruto para ser processada em outros países, o que limita o valor agregado que a África pode obter desses recursos. No entanto, há um movimento crescente para mudar essa situação. Países como a Zimbábue já impuseram restrições à exportação de minerais não processados, exigindo que as empresas estabeleçam fábricas locais para processar os minerais antes de exportá-los.

Essa abordagem visa maximizar os benefícios econômicos para os países africanos, criando empregos e estimulando o desenvolvimento industrial. A África está explorando a criação de parcerias regionais, como a Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), para fortalecer a cadeia de valor dos minerais críticos.

4. Impacto na Economia e Infraestrutura

A expansão da indústria de minerais de terras raras na África terá um impacto significativo na economia do continente. Além de gerar empregos diretos na mineração, o setor também criará oportunidades em serviços de logística, transporte e infraestrutura. A construção de melhorias nas estradas e ferrovias para apoiar a mineração contribuirá para o desenvolvimento econômico a longo prazo da África.

Esses investimentos em infraestrutura também facilitarão o transporte de outros produtos, beneficiando setores além da mineração. A previsão é que a África gere cerca de $32 bilhões adicionais por ano em exportações de minerais críticos, impulsionando o crescimento do PIB em $24 bilhões e criando aproximadamente 2,3 milhões de novos empregos.

5. Demanda Global e Perspectivas Futuras

A demanda global por minerais de terras raras está projetada para quadruplicar até 2030, impulsionada pela transição energética e pelo aumento da produção de tecnologias avançadas. A África está bem posicionada para aproveitar essa tendência, com novos projetos minerários programados para entrar em operação nos próximos anos. No entanto, o setor também enfrentará desafios, como a gestão de flutuações no mercado, incluindo superoferta e falta de oferta de certos minerais.

Para superar esses desafios, será crucial que os produtores africanos antecipem as necessidades do mercado e ajustem sua produção conforme necessário. A África tem o potencial de se tornar um fornecedor confiável de minerais críticos, apoiando a transição global para energias renováveis e tecnologias avançadas.

Conclusão

A indústria de minerais de terras raras na África está no início de uma nova era de crescimento e desenvolvimento. Com investimentos significativos, novos projetos minerários e uma abordagem focada na valorização dos minerais, a África está se posicionando para se tornar um ator importante no mercado global. Além disso, a diversificação das fontes de suprimento ajudará a reduzir a dependência da China, promovendo a segurança energética e tecnológica em todo o mundo.

Para que a África aproveite ao máximo essas oportunidades, será essencial que os governos e empresas continuem a investir em infraestrutura, capacidade de refinamento e desenvolvimento industrial. Com uma abordagem estratégica e colaborativa, a África pode não apenas aumentar sua participação no mercado global de minerais de terras raras, mas também transformar sua economia e contribuir para a transição global para energias renováveis e tecnologias avançadas.