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10 Fontes de Energia Renovável das Quais o Brasil Está Dependendo em 2025

O Brasil consolida-se como líder global em energia limpa, com 89% de sua matriz elétrica renovável em 2025. Este artigo detalha tecnologias, projetos emblemáticos e desafios, integrando dados atualizados de leilões, políticas e inovações industriais.

1. Energia Solar

Avanços Tecnológicos:

  • Bifacialidade dominante: 97,22% dos projetos utilizam módulos bifaciais, aumentando a eficiência em 15-20%.
  • Hibridização: 54% das usinas solares empregam inversores centrais para integração com armazenamento.

Crescimento Acelerado:

  • Adição de 3 GW no primeiro trimestre de 2025, totalizando 55 GW (37,4 GW em GD + 17,6 GW em grandes usinas).
  • Projeção de 61 GW adicionais até 2030, liderados por Minas Gerais e Bahia.

Desafios:

  • Cortes de geração (curtailment): 12.713 GWh renováveis descartados em 2024, sem compensação financeira.
  • Burocracia para conexão de microgeração.

2. Energia Eólica

Expansão Territorial:

  • Capacidade atual: 30,2 GW (12,3% da matriz), com taxa de crescimento anual de 6,4%.
  • Primeiro complexo offshore: Parque Eólico Marítimo do RS (1,2 GW) em construção, com operação prevista para 2026.

Inovações:

  • Projetos híbridos: Complexo Ventos de Santa Eugênia (BA) combina 519 MW eólicos + 163 MW solares.
  • Turbinas de 6 MW: Redução de 22% no LCOE (custo nivelado de energia) desde 2022.
Indicador Dados 2025
Geração evitada de CO₂ 28 Mt/ano
Fator de capacidade 42% (média nacional)

3. Hidrelétricas

Modernização Estratégica:

  • Itaipu e Belo Monte recebem US$ 2,1 bilhões em upgrades para aumentar eficiência em 8%.
  • Novas turbinas bulb para rios de baixa queda (ex: Rio Madeira).

Limitações Climáticas:

  • Seca de 2024 reduziu geração em 14%, intensificando a diversificação para solar-eólica.

4. Biomassa

Cana-de-Açúcar:

  • 12.410 MW em 422 usinas, suprindo 4,6% da demanda.
  • Biorrefinarias integradas: Produção simultânea de etanol, bioeletricidade e bioplásticos.

Resíduos Florestais:

  • 76 usinas geram 820 MW a partir de cavacos de eucalipto e capim-elefante.

5. Biogás

Crescimento Exponencial:

  • Capacidade aumenta 35% em 2025, focada em aterros (ex: São Paulo) e dejetos agroindustriais.
  • Meta: substituir 10% do diesel agrícola por biometano até 2030.

6. Eólica Offshore

Primeiro Leilão Federal:

  • Junho de 2025 contratará 3 GW no litoral CE-RN, com tarifa esperada de R$ 250/MWh.
  • Dragons of Sea (ES): Projeto-piloto de 500 MW com turbinas flutuantes.

Potencial:

  • 700 GW técnicos identificados, suficientes para suprir 3x a demanda nacional.

7. Hidrogênio Verde

Projetos Âncora:

  • Base One (RJ): US$ 6,2 bi para exportação de 600 mil t/ano a partir de 2027.
  • H2V Piauí: Eletrolisadores de 400 MW alimentados por parque eólico-solar.

Incentivos Fiscais:

  • Redução de IPI para equipamentos de eletrólise (de 12% para 2%).

8. Geotérmica

Projeto-Piloto:

  • Usina de Poços de Caldas (MG) testa tecnologia ORC (Ciclo Orgânico de Rankine) para gerar 5 MW a 150°C.
  • Parceria com a Islandia GeoSurvey para mapear 18 áreas vulcânicas inativas.

9. Energia das Marés

Tecnologia em Teste:

  • Usina de Pecém (CE): 50 kW gerados por colunas de água oscilantes, em cooperação com a portuguesa Wavec.
  • Estudo da UFPE prevê potencial de 18 GW no litoral norte-nordeste.

10. Armazenamento em Baterias (BESS)

Expansão Crítica:

  • 30% dos sistemas solares residenciais incluem BESS em 2025, ante 8% em 2022.
  • Leilões específicos para armazenamento previstos no PDE 2034.

Projeto Emblemático:

  • Mega Lobster (CE): Data center da Tecto com 240 MWh de baterias de íon-lítio.

Conclusão

O Brasil avança para consolidar-se como potência energética sustentável, com investimentos de US$ 94 milhões em solar e meta de 321 GW em renováveis até 2030. A diversificação da matriz, impulsionada por inovações como hidrogênio verde e eólica offshore, reduzirá a dependência hídrica e fortalecerá a segurança energética.